O projeto desta casa busca uma reflexão acerca da construção de razões para a viabilidade de um compromisso. Se em um primeiro momento o interesse era somente sobre a edificação em si, em um segundo, como componente do partido, compreendeu-se que também era possível extrapolar as limitantes imateriais de intervenção.

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Do acesso até o terreno são percorridas praticamente todas as ruas do condomínio. Na última, uma alameda sem saída, chegamos à edificação que está alocada no terceiro lote até o balão de retorno. Nesta via, em particular, ainda que sutilmente tímidas, as moradias existentes ensaiam possíveis intenções de se relacionar mais diretamente com a rua do que as demais. São casas com janelas e portas abertas à pequenas varandas frontais que anunciam que este espaço, quase que exclusivo aos veículos, pode se reafirmar como protagonista das relações sociais dos moradores.

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Esta casa, portanto, organiza-se com os usos coletivos próximos à rua enquanto os privativos estão dispostos para o fundo e a lateral favorecida por maior luminosidade e ventilação ao longo do dia. Sendo uma construção térrea que ocupa todas as áreas permitidas do terreno, a porção sul, que abriga os recintos de estar e refeições, beneficia-se também de maior altura para o pé direito e de aberturas zenitais, direcionadas ao norte, possíveis pela inclinação do telhado.

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Já a interlocução da residência com a rua é operada por um brise pivotante de ripas verticais espaçadas entre si, que restringe ou amplia os limites da casa, tanto do ponto de vista físico e visual, quanto também em relação à exposição solar que, nesta fachada, recebe o sol poente. É uma fronteira transponível que permite o resgate das cadeiras nas calçadas, de casas mais gentis e de cidades mais humanas.

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Se a busca pela simplicidade projetual e construtiva serve como amparo para as razões do fazer, tem-se a consolidação dos fatos. É assim que esta residência deseja integrar este processo.